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Explicando exegeticamente Gênesis 1.1-2 e Isaías 45.18

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O texto de Gênesis 1.1-2 afirma que: (1) No princípio criou Deus o céu e a terra. (2) E a terra era sem forma e vazia ; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. O versículo um encaro como uma afirmação preliminar: um texto que serve como introdução para a narrativa que vem em seguida. O que significa o sem forma e vazia ? A expressão hebraica tohû wabohû mostra uma terra inabitável pelo ser humano: sem plantas, sem luz, sem vida. A terra é caótica porque está no início: assim que Deus começa a falar, a ordem começa a ser estabelecida. Já Isaias 45.18: (18) Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia , mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro. Isaías tem em mente o destino de Israel que foi planejado por um Deus que criou a terra para ser habitada e não uma terra caótica. Deus criou as coisas para um propósito. Isaías tem

A queda de Satanás, o Big Bang, a terra caótica...

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A terra não poderia ter sido criada sem “forma” e “vazia” conforme afirma Gênesis 1.1-2, pois Isaías 45.18 afirma o contrário. Logo, de acordo com alguns intérpretes a terra “tornou-se” sem forma e vazia; de perfeita tornou-se caótica. O que aconteceu? Esses “engenheiros” da interpretação recorreram à explicação da queda de Satanás que usa outros dois textos bíblicos — Ezequiel 28.12-19 e Isaias 14.12-21 — para mostrar como Satanás se tornou mal. Lawrence Olson diz que Satanás, sendo o “querubim da guarda ungido” andava livremente no “paraíso mineral”, o Éden de Deus que lembra Apocalipse 21 e 22. Olson afirma, inclusive, que o Éden de Ezequiel 28 é diferente do Éden lar de Adão de Gênesis 2.8. Então, Satanás conspirou contra Deus e, sendo lançado do céu, alguns intérpretes dizem que o Imundo acabou se chocando contra a terra original — daí a explicação do Big Bang: viu — dizem sorridentes — Bíblia e Ciência não se contradizem nunca! Com isso, a terra tronou-se um caos. Por isso, o

As duas terras: uma “original” e outra “caótica”

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Uma das maneiras de interpretar Gênesis 1.1-2 é apontando-o como uma explicação preliminar que apenas introduz a narrativa da criação. Dessa forma, o texto poderia ser parafraseado assim, como nos traz o Comentário São Jerônimo: Quando Deus começou a criar o céu e a terra - a terra estando sem forma e vazia, trevas cobrindo o abismo, e um sopro de Deus agitando a superfície das águas - Deus disse: “Haja luz", e houve luz. Mas nem todos os intérpretes aceitam isso. Preferem partir, então, para uma explicação mais “racional”: dizem eles que em Gêneses 1.1 temos a terra Original, a primeira criada por Deus. Já em Gêneses 1.2 temos a mesma terra, mas agora caótica, destruída. É esta terra que vai ser “reconstruída” ou “recriada” por Deus em seis dias, a partir do verso 3: “E disse Deus: Haja luz...”. Uma obra muito famosa em língua portuguesa que fala sobre isso é o livro do teólogo pentecostal Lawrence Olson “O plano divino através dos séculos”. Ele afirma que a tal terra Orig

Deus criou a terra sem “forma” e “vazia” ou não? Há contradição entre Gênesis 1.1-2 e Isaías 45.18?

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Em Gênesis 1.1-2 lemos que: (1) No princípio criou Deus o céu e a terra. (2) E a terra era sem forma e vazia ; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. Já em Isaías 45.18 lemos que: (18) Porque assim diz o Senhor que tem criado os céus, o Deus que formou a terra, e a fez; ele a confirmou, não a criou vazia , mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o Senhor e não há outro. Não é de hoje que busca conciliar ou harmonizar esses dois textos. O primeiro parece afirmar que Deus criou a terra sem forma, vazia, um abismo. Mas o profeta Isaías afirma que Deus não criou a terra vazia. E agora? Existe uma contradição entre esses dois textos? Como explicá-los? Quando o intérprete não leva em conta que cada texto deve ser interpretado em seu contexto; quando ele buscar interpretar um texto bíblico partindo de “outro” texto bíblico que se encontra em “outro” livro bíblico; quando busca a tal “harmonização” perfeita de todos os text